Qual o papel da escola na formação de pessoas mais felizes, profissionais competentes, de bem consigo mesmos, com um olhar voltado para o próximo e para a construção de uma sociedade mais pacífica, pautada pelo respeito, pela ética e justiça? É justo perguntar a uma criança o que ela vai ser quando crescer?
Para o professor Gonçalo Medeiros, presidente do Instituto de Educação em Valores Humanos (EVH), gestores educacionais e professores são agentes primordiais no processo de ensinar ao aluno a linguagem do coração, usando uma metodologia voltada para aprimorar o diálogo e reduzir os casos de indisciplina, violência física, bullying e vandalismo, que já viraram rotina nos noticiários.
Ele observou que as escolas estão mais preocupadas com uma educação tecnicista e “deixam de lado referências importantes: o autoconhecimento, que somos interdependentes, que um precisa do outro, para criar a cultura do servir e não só do usufruir da sociedade”.
“Tudo que aprendemos desde cedo na nossa vida, será meta pra vida inteira. Se aprendo o viver e conviver bem, desde a creche, vou aplicar isso para a vida inteira no meu relacionamento familiar e com a sociedade”, ressaltou. Mas, no geral, o que acontece logo no início da vida escolar é que as crianças começam a ser comparadas umas às outras. São treinadas para uma disputa sem sentido, com foco primordial na conquista de bens materiais.
“O caminho para a felicidade e o sucesso passa pelo autoconhecimento. Quem não fala bem consigo não se comunica bem com os outros. Romper esse bloqueio é o maior desafio da Educação em Valores Humanos”, disse o professor.
O QUE ELE DISSE
Espelho
“A escola é, por definição, um dos ambientes mais propícios para o apRendizado de valores humanos porque as crianças e jovens estão sempre se espelhando nos adultos a sua volta. Os professores são responsáveis pela educação por meio de ensinamentos e, principalmente, de atitudes”.
Amor
“O sistema educacional não trata o ser humano como um todo. A educação formal, na família e na sala de aula, não enfoca o amar a si mesmo como prioridade. Tampouco o amor pelos outros”.
Tesouros
“É preciso ajudar as crianças e os jovens a descobrirem os tesouros que estão dentro de si, valores como a paz, a solidariedade, a compaixão, a partir da prática dos sentimentos”.
Educação
“É preciso voltar à essência do que é educação: tirar de dentro para fora. Nós vamos à escola e aprendemos de fora para dentro. O sentido verdadeiro não é ensinado”.
Custo social
“A falta de integração, paz, harmonia, alegria verdadeira, traz prejuízos à saúde física e também mental”